Pablo Spyer analisa o cenário econômico global durante a FEILUB e LUBESCON

A economia mundial e os desdobramentos no setor de óleos e lubrificantes foram temas de debate do IX Congresso Internacional de Lubrificantes (LUBESCON), ocorrido entre os dias 3 e 4 de setembro, em Campinas. Foi o economista Pablo Spyer, analista da Jovem Pan, quem apresentou aos presentes sua perspectiva sobre o cenário macroeconômico global, destacando o impacto das políticas de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, as tensões geopolíticas e os desafios das grandes economias.

 

Segundo Spyer, o chamado “Trump 2.0” é a principal novidade no panorama internacional. O republicano tem adotado uma postura agressiva: aumento de tarifas de importação, cortes de impostos para empresas que produzem nos EUA, flexibilização de regulações – especialmente no setor de petróleo – e endurecimento da política migratória. “Trump quer fazer os Estados Unidos grandiosos de novo e está cumprindo boa parte do que prometeu”, afirmou.

 

Spyer também apresentou a pesquisa mensal do Bank of America com os maiores investidores institucionais do mundo. O levantamento indica que a principal preocupação segue sendo a guerra comercial provocada pelas tarifas norte-americanas, que podem gerar recessão global e pressionar a inflação. Outros riscos citados incluem o endividamento recorde das maiores economias, a possibilidade de uma bolha em empresas de inteligência artificial e a volatilidade do dólar.

 

No campo monetário, o economista destacou que a inflação está próxima das metas nas economias desenvolvidas, o que abre espaço para cortes de juros nos EUA e na Europa ainda em 2025. “A expectativa implícita na curva de juros de Chicago é de até três cortes de taxas nos Estados Unidos até o fim do ano”, afirma.

 

Olhando para o Oriente, mais especificamente para a China, Spyer alertou para a gravidade da crise imobiliária, que ameaça se transformar em uma crise financeira semelhante à de 2008. Pequim tem adotado medidas de estímulo, como redução de compulsórios, corte de juros e até distribuição de recursos a famílias pobres. “Isso é positivo para o Brasil, porque esses cidadãos compram alimentos, e a China é o nosso maior parceiro comercial”, explicou.

 

O economista também listou os principais riscos geopolíticos: guerra na Ucrânia, conflitos no Oriente Médio, possibilidade de invasão chinesa a Taiwan e tensões envolvendo Venezuela. “Tudo isso pode mexer com bolsas, juros e moedas no mundo inteiro”, alertou.

 

Spyer concluiu reforçando que 2025 segue sendo “o ano das perguntas”, marcado por incertezas políticas e econômicas, desde o cumprimento das promessas de Trump até os rumos da economia chinesa. Para ele, os investidores e empresários devem acompanhar de perto indicadores de inflação, emprego e decisões de política monetária para entender a direção dos mercados nos próximos meses.

 

Crédito Imagem: Divulgação Simepetro

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