Aumento nas misturas de biocombustíveis passa a valer em meio à alta no preço do barril

Entram em vigor a partir desta sexta-feira (01/8) os aumentos nas misturas obrigatórias de biocombustíveis nos combustíveis brasileiros, conforme determinação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

Com a elevação, o percentual de etanol na gasolina passa de 27% para 30% (E30), enquanto a parcela de biodiesel no diesel sobe de 14% para 15% (B15).

À época da aprovação da medida pelo CNPE, em junho, o governo calculava que a mudança poderia levar a uma queda de até R$ 0,11 por litro no preço da gasolina.

Os cálculos do mercado, no entanto, são diferentes: a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) estima possibilidade de queda de R$0,02 no custo de comercialização das distribuidoras para a gasolina.

Já para o diesel, a previsão da entidade é de um potencial aumento médio de R$ 0,02.

Vale lembrar que os preços dos biocombustíveis estão sujeitos a oscilações, uma vez que são produtos agrícolas.

“As alterações de preços, a partir dos aumentos nas misturas dos biocombustíveis, divulgadas na mídia podem não ocorrer exatamente como previsto, pois tratam-se de mera estimativa cuja concretização depende de múltiplos fatores de mercado que podem variar no tempo e de acordo com cada região”, ressaltou a Fecombustíveis em nota divulgada na quinta (31/7).

Além disso, o governo conta com o aumento nas misturas para reduzir a dependência nacional da importação de diesel e gasolina — o que chega num bom momento dado o atual cenário para negociações no mercado internacional.

O petróleo ficou de fora das tarifas de 50% aplicadas pelos Estados Unidos contra produtos brasileiros, mas o etanol, a princípio, estará sujeito às taxas.

O momento, inclusive, é de alta do preço do barril de petróleo no mercado internacional, que encerra esta semana de volta à casa dos US$ 70.

O Brent para outubro encerrou a quinta-feira a US$ 71,70 o barril, baixa de 1,06% (US$ 0,77).

O aumento nas cotações é consequência das ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar taxas secundárias a países que consomem petróleo e derivados da Rússia caso a guerra contra a Ucrânia não seja encerrada.

As tarifas podem impactar, novamente, o Brasil, já que o diesel russo é uma das principais fontes de importação para atender ao mercado nacional.

 

Fonte: Eixos
Crédito Imagem: Tauan Alencar/MME

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

CATEGORIAS