A Refap (Refinaria Alberto Pasqualini), da Petrobras, no Rio Grande do Sul, enfrenta dificuldades para escoar combustíveis como o diesel, devido a problemas logísticos decorrentes das enchentes, deixando desabastecidas várias regiões, enquanto distribuidoras ainda lidam com os impactos das fortes chuvas.
“A única refinaria que produz diesel no Estado está sem acesso. Por conta disso… as cidades e regiões do Estado começaram a ficar sem diesel, as prefeituras não conseguem trabalhar na limpeza porque não tem mais diesel”, afirmou nesta terça-feira (7) o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta.
Procurada, a Petrobras não respondeu imediatamente a pedidos de comentários.
Em nota na véspera, o Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) afirmou que a refinaria, com capacidade para processar 32 mil m³/dia de petróleo, estava operando em carga mínima, com retirada de produtos, como diesel e gasolina, abaixo do normal.
As retiradas de gás liquefeito de petróleo (GLP), o chamado gás de cozinha, estavam perto de “zero”.
Nesta terça-feira, o IBP —que representa as petroleiras no Brasil— publicou um boletim atualizado sobre o cenário apontando que houve melhora “significativa” das retiradas de GLP na refinaria, mas sem detalhar.
Além disso, apontou uma reprogramação de carretas de óleo combustível para os clientes e a abertura de nova rota de escoamento, via BR-101, para incremento de saída de produtos escuros.
O presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Silveira Pereira, relatou à Reuters a dificuldade para conseguir abastecer.
“O grande problema que está acontecendo é falta de combustível, não tem logística para trazer combustível, eu que estou no município de Bagé, chega no posto ele só vende 20 litros, porque não sabe quando vai ter, este é um drama que estamos passando hoje”, afirmou, em entrevista por telefone.
A Refap, localizada no município gaúcho de Canoas, atende principalmente ao mercado regional, com foco na maximização da produção de óleo diesel.
O diretor institucional da Brasilcom —federação que representa mais de 40 distribuidoras regionais de combustíveis instaladas em quase todos os Estados brasileiros—, Sergio Massillon, afirmou que “a situação está muito complicada com imensas dificuldades logísticas, postos revendedores sem produtos”.
“O maior problema é o da movimentação de GLP”, afirmou Massillon.
“As distribuidoras têm produtos, mas não conseguem atender a todos os pedidos da revenda por não ter como entregar, principalmente na área da Grande Porto Alegre, mas com reflexos também no interior.”
(Reuters)