Mesmo estando mais econômico, o brasiliense não adotou o etanol. Pelos preços atuais, o biocombustível se mostra mais vantajoso em comparação com a gasolina. O consumo aumentou, mas não superou o derivado do petróleo.
Segundo pesquisa no Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), atualmente, em média, o litro do etanol está na faixa dos R$ 3,62, enquanto o litro da gasolina fica em R$ 5,81 no Distrito Federal.
O cálculo para aferir a vantagem é simples. Basta o consumidor dividir o valor na bomba do litro do biocombustível pelo preço cobrado pela gasolina. Se a divisão foi menor ou igual a 0,7, significa que compensa abastecer com etanol.
“O etanol está compensando, não só no DF, mas quase em todo território nacional. No DF, Entorno e Goiás, compensa abastecer com o etanol”, afirmou o presidente do Sindicato dos Postos de Combustíveis, Paulo Tavares.
“O etanol hoje no meu posto está R$ 3,49. Se dividir esse valor pela gasolina que vendo a R$ 5,79, vai dar 0,6. Ou seja, o preço do etanol está 60% do preço da gasolina. Até o limite de 70%, compensa o etanol”, completou.
Segundo Tavares, o etanol consome 30% mais de combustível na média nos carros. O consumidor irá abastecer mais vezes, mas nos preços atuais, financeiramente, no bolso vai sobrar mais dinheiro.
Vantagem (parcialmente) ignorada
De acordo com Tavares, há aproximadamente 5 meses o etanol tem sido mais vantajoso para os consumidores. O sindicato notou uma tendência de aumento de consumo, mas uma parcela dos motoristas ainda não busca o etanol.
“A população ainda não percebeu. É a ilusão de ir mais vezes ao posto de gasolina. A sensação de voltar ao local mais vezes para encher o tanque parece que você está gastando mais. Mas você gasta menos dinheiro”, assinalou.
Golpe do metanol
Diante da vantagem de preços nos postos de combustíveis, golpistas começaram a vender produtos adulterados. O etanol é substituído por metanol. Há casos em Goiás e São Paulo. Não há registros ainda no DF.
Produzido em laboratório, o metanol é praticamente igual ao etanol. Mas tem menos rendimento. Ou seja, o combustível queima mais rápido e o consumidor é lesado no bolso, pois precisa abastecer mais vezes.
Segundo Tavares, o problema está sendo discutido na Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis).
Diante de qualquer suspeita, o consumidor deve denunciar o caso para os órgãos de fiscalização, a exemplo da própria ANP.