As vendas de diesel B por distribuidoras no Brasil cresceram 3% em julho versus o mesmo período de 2024, para seu maior patamar em nove meses, apontaram dados publicados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nesta sexta-feira.
A comercialização do diesel B (já com mistura de biodiesel) no sétimo mês do ano somou 6,25 bilhões de litros, maior volume desde outubro de 2024, quando as vendas estabeleceram um recorde mensal de 6,27 bilhões de litros.
O volume de julho é ainda 11,4% maior que o registrado em junho.
“Trata-se de mais um mês forte em vendas…, com o dinamismo envolvendo exportações e demanda por fretes — especialmente pelo setor agropecuário –, e maior circulação de veículos pesados em geral influenciando positivamente as vendas”, disse o analista de Inteligência de Mercado da StoneX Bruno Cordeiro, em nota enviada à Reuters.
O crescimento “expressivo” do consumo do combustível, segundo Cordeiro, justifica o avanço das importações de diesel A (puro) no período, que alcançaram 1,8 bilhão de litros, segundo dados compilados pela StoneX.
No acumulado do ano até julho, a ANP apurou uma alta de 2,5% na comercialização do combustível mais vendido no país ante o mesmo período de 2024, a 39,55 bilhões de litros, acompanhando previsões da StoneX, que apontavam para uma recuperação do indicador em meio à aceleração da colheita do milho.
Para todo 2025, a StoneX projeta um avanço de 2,7% nas vendas de diesel ante o ano passado, totalizando 69,1 bilhões de litros.
GASOLINA X ETANOL
As vendas de gasolina C (já com mistura de etanol anidro), por sua vez, somaram 3,8 bilhões de litros, alta de 1,1% ante o mesmo período do ano passado e avanço de 3,3% na comparação com junho, em meio a uma maior vantagem competitiva frente ao etanol hidratado, seu concorrente nas bombas.
Já as vendas de etanol hidratado em julho somaram 1,67 bilhão de litros, queda de quase 4,9% na comparação com o mesmo mês de 2024 e alta de 1% ante junho.
“Em geral, mesmo com o avanço da produção do biocombustível com a safra 2025/26 e paridade abaixo de 70% em diversas praças consumidoras importantes (como São Paulo, Minas Gerais e Paraná), entende-se que a queda dos preços da gasolina C frente o início do ano contribuiu para uma preferência ao fóssil no período”, disse a analista de Inteligência de Mercado da StoneX Isabela Garcia, em nota.
No acumulado do ano até julho, as vendas do biocombustível somaram 12,25 bilhões de litros, queda de 2%.
(Reuters)