O futuro da indústria de lubrificantes: tributação, segurança e inspiração

O cenário da indústria de lubrificantes está em constante mudança, e os desafios são muitos: do novo regime tributário à segurança contra incêndios, passando pela busca por alta performance. As palestras apresentadas no IX Lubescon abordaram esses temas, oferecendo uma visão abrangente do que o futuro reserva para o setor.

A Reforma Tributária em debate

Eduardo Lourenço, da Maneira Advogados

Eduardo Lourenço, da Maneira Advogados, discutiu os impactos da reforma tributária, com foco na Emenda Constitucional 132 de 2023 e na Lei Complementar 214. Ele destacou que a nova legislação visa unificar as contribuições federais PIS e COFINS na Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e os impostos estaduais e municipais, como ICMS e ISS, no Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). Lourenço explicou que o IBS e a CBS, apesar de serem chamados de forma diferente, são idênticos em essência.

A diferença está no fato de que a União não precisa repartir o que é arrecadado com contribuições (CBS) com estados e municípios, enquanto impostos (IBS) precisam ser compartilhados. O especialista ressaltou que a nova lógica tributária simplifica a complexa cadeia de impostos, eliminando discussões como a definição de “insumo” para crédito e de alíquotas internas e interestaduais.

“O novo sistema é como um ‘Corolla zero’ em comparação ao ‘Fusca velho’ do sistema atual”, afirmou Lourenço, usando uma analogia para ilustrar a mudança. Ele também falou sobre os regimes diferenciados e específicos, mencionando que a Lei Complementar não incluiu os lubrificantes no regime específico, mantendo-os no regime geral, o que, segundo ele, é uma melhoria em relação ao sistema atual.

Por fim, explicou o processo de transição que terá início em 2026 e a criação do Comitê Gestor do IBS, que será responsável por toda a regulamentação do novo sistema.

Prevenção e segurança contra incêndios

Tenente Rafael Ribeiro Vieira

Na sequência, o Tenente Rafael Ribeiro Vieira, do Corpo de Bombeiros, abordou a segurança contra incêndios no armazenamento e manipulação de óleos lubrificantes. Ele explicou que o Corpo de Bombeiros trata esses produtos como “líquidos igníferos”.

O foco do combate a incêndios nesse tipo de material está na superfície de contato com o oxigênio, e a solução é o uso de espuma para abafar o fogo. O palestrante demonstrou na prática a importância da contenção e da aplicação correta e em taxa suficiente de espuma para evitar que o fogo se espalhe.

Tenente Vieira também apresentou as inovações da norma técnica IT-25 de 2025, destacando uma boa notícia para o setor. “Isso facilitou, principalmente para os 3B. Principalmente para os óleos lubrificantes”, declarou, referindo-se à nova norma que isenta a exigência de sistemas de espuma para armazenamento em tanques atmosféricos para essa categoria de produtos. Ele esclareceu que essa isenção simplifica as exigências de segurança e pode ser adotada por edificações mais antigas que se adaptarem à nova norma.

A mente de um campeão

Diego Ribas

Encerrando o ciclo de palestras, o ex-jogador da seleção brasileira, Diego Ribas, compartilhou sua experiência e lições de vida em sua palestra “Do risco à glória”. Ele traçou um paralelo entre o esporte de alto rendimento e o mundo dos negócios, enfatizando a importância de comportamentos como disciplina, resiliência e coragem para alcançar objetivos.

Ribas abordou a jornada de um atleta, destacando que apenas 1% dos jogadores chegam ao topo da pirâmide, enquanto a maioria, 55%, sobrevive com um salário mínimo. Ele compartilhou uma história pessoal sobre sua decisão de desistir de um sonho aos 11 anos e como aprendeu que, embora possa-se desistir de uma estratégia, não se deve desistir do sonho em si.

O ex-atleta ressaltou a importância de se dar uma segunda chance e de tomar decisões corajosas acompanhadas de atitudes para alcançar o sucesso. A liderança também foi um ponto chave da palestra, com Ribas citando sua experiência com o treinador Thomas Schaaf, que o encorajou e pagou o preço junto com ele, construindo confiança e autoridade. Ele concluiu que “a persistência é diferente da insistência: a persistência requer humildade para reconhecer e mudar o que for necessário, enquanto a insistência é apenas teimosia”.

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