Novo PAC investirá R$ 30,5 bi em projetos de combustíveis de baixo carbono até 2030

Gerar pesquisa, inovação e tecnologia para o desenvolvimento da macaúba, uma matéria-prima brasileira de alto poder energético que será usada para produzir Combustível Sustentável de Aviação (SAF, na sigla em inglês) e Diesel Verde (HVO). Essa é a principal missão da Acelen Renováveis, projeto que integra o Novo PAC e cujo centro de tecnologia foi inaugurado na última sexta-feira (29/8), em Montes Claros (MG).

O maior centro agroindustrial do mundo dedicado à macaúba será responsável pela pesquisa para viabilizar a futura biorrefinaria de combustíveis da Acelen, a ser construída em São Francisco do Conde (BA).

A construção do Acelen Agripark teve investimento de R$ 314 milhões, sendo R$ 258 milhões financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES). O complexo integra o projeto de biocombustíveis da empresa, e prevê investimentos iniciais de US$ 3 bilhões na construção da primeira planta integrada, que incluem, além do parque em Minas e da biorrefinaria na Bahia, o plantio de macaúba em terras degradadas e outras infraestruturas, nos dois estados.

A expectativa é de que seja produzido 1 bilhão de litros de SAF por ano a partir de 2028, com previsão de gerar 85 mil empregos em toda a cadeia produtiva, de acordo com estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

“Nós temos mais de 40 milhões de hectares de terra degradadas que a gente pode recuperar produzindo outras coisas que não aquilo que a gente já planta. Por isso, o dia de hoje é muito especial para mim, é a concretização de um sonho que está se transformando, definitivamente, em realidade. E eu vi a cara das jovens e dos jovens que trabalham nessa fábrica e eu, sinceramente, vi os olhos de pessoas que sonham”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o evento.

LEI DO COMBUSTÍVEL DO FUTURO – Segundo o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia), o Acelen Agripark vai impulsionar a descarbonização dos setores aéreo e de transportes, um dos principais objetivos da Lei do Combustível do Futuro, enviada pelo governo e sancionada pelo presidente Lula em 2024. Essa norma é decisiva para estruturar o mercado de SAF no Brasil, ao estabelecer metas obrigatórias de redução das emissões do setor aéreo a partir de 2027 e criar previsibilidade para novos investimentos.

“Por que nós somos imbatíveis? Porque produzir macaúba no Brasil é mais barato do que produzir em qualquer outra parte do mundo e o presidente Lula já enxergava isso. E, no projeto Combustível do Futuro, nós criamos mandato para o diesel verde, que é para onde vai a macaúba desses 180 mil hectares que plantaremos no norte de Minas e no sul da Bahia”, disse Silveira.

A legislação, portanto, impulsiona a atração de capital privado, o desenvolvimento de tecnologias a partir de diferentes matérias-primas, como soja, palma, macaúba e etanol, posicionando o Brasil como protagonista na transição energética da aviação. Os biocombustíveis, como o SAF, têm potencial de redução de até 80% das emissões de CO2. “Tenho muito orgulho do Combustível do Futuro”, declarou Lula.

NOVO PAC – O Novo PAC prevê um investimento total de R$ 30,5 bilhões em 22 projetos de combustíveis de baixo carbono. Desse montante, R$ 17,8 bilhões serão aplicados entre 2023 e 2026 e R$ 12,8 bilhões serão investidos após 2026. A execução financeira da carteira até agora foi de R$ 7,3 bilhões, o que corresponde a 40,8% do valor previsto até o final de 2026. Já a execução física está em 29,4%.

O setor é central para a neoindustrialização verde do Brasil, englobando a produção de biocombustíveis (biodiesel, etanol 2G, biometano e diesel verde), captura de carbono, biorefinarias e estudos de viabilidade de novos empreendimentos relacionados à transição energética.

Dentre os empreendimentos de combustíveis de baixo carbono já concluídos dentro do Novo PAC, destacam-se a maior planta de biometano do Brasil em Piracicaba (SP), que já fornece o gás para produção de fertilizante de baixo carbono, além da entrega de 3 plantas de usinas para a produção de etanol de segunda geração e a conclusão, com resultados exitosos, de estudos para conversão de uma refinaria de petróleo em biorrefinaria.

Combustíveis de baixo carbono são fontes de energia que, quando em combustão, emitem menos gases do efeito estufa (como o dióxido de carbono) na atmosfera em comparação com os combustíveis fósseis tradicionais, como gasolina, diesel e carvão.

Esses combustíveis podem ser produzidos a partir de diferentes fontes, e a redução de emissões pode ocorrer em todo o ciclo de vida, desde a produção até o uso final. Exemplos de combustíveis de baixo carbono importantes para o Brasil são o etanol, o etanol de segunda geração (obtido a partir de bagaço e palha da cana), biodiesel, biometano, SAF, diesel verde, hidrogênio de baixo carbono, dentre vários outros.

(Via Casa Civil)

Fonte: Agência Gov
Crédito Imagem:  Acelen Renováveis

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