O preço médio da gasolina nos postos brasileiros registrou leve alta na semana passada, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), contrariando a expectativa de repasse do corte promovido nas refinarias da Petrobras no início do mês.
O litro do combustível foi vendido a R$ 6,23, aumento de R$ 0,01 em relação ao verificado pela agência na semana anterior. Assim, a queda acumulada nas bombas após a redução de preços pela Petrobras é de R$ 0,04 por litro, um terço do estimado pela estatal.
A demora nos repasses de cortes de preços das refinarias é alvo de críticas do governo e da própria estatal. A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, chegou a pedir que consumidores pressionem donos de postos a baixar os preços.
Governo e mercado esperavam que a redução do preço da gasolina ajudasse a aliviar a inflação de junho, já que o produto tem o maior peso dentro do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que baliza a política monetária do Banco Central.
No início de junho, o economista André Braz, da FGV (Fundação Getúlio Vargas), estimou que, caso o repasse estimado pela Petrobras fosse atingido, levaria a um impacto negativo de 0,10 ponto percentual no indicador.
A alta da gasolina ocorre em um momento de elevação da cotação do etanol anidro, que também subiu R$ 0,01 na semana passada. Mas o movimento não explicaria totalmente a frustração de expectativas com a falta de repasses, já que o produto representa apenas 27% da mistura vendida nos postos.
O etanol hidratado seguiu em queda nas bombas, sendo vendido na semana passada pelo preço médio de R$ 4,20 por litro, ou R$ 0,01 a menos do que o verificado na semana anterior. Nas usinas, porém, o preço do produto subiu R$ 0,03, para R$ 2,57 por litro.
Segundo a ANP, o preço do diesel S-10 nos postos brasileiros ficou estável na semana passada, em R$ 6,02 por litro. Após três cortes nas refinarias, o preço do produto acumula queda de R$ 0,45 por litro desde o pico atingido em meados de fevereiro.