Greve dos petroleiros é suspensa após nova proposta da Petrobrás

O Conselho Deliberativo (CD) da Federação Única dos Petroleiros (FUP) decidiu suspender a greve dos trabalhadores da Petrobrás – que estava prevista para os dias 29 e 30 deste mês -, diante da nova proposta apresentada pela empresa. “A suspensão da paralisação de 48 horas foi necessária, pois precisamos levar a nova proposta para as assembleias decidirem se aprovam ou não o que a empresa ofereceu”, explica Cibele Vieira, diretora da FUP.

 

A reunião do CD da FUP deliberou por indicar a aceitação da proposta da empresa. “A decisão demonstra o compromisso da FUP com a defesa dos interesses imediatos dos petroleiros, sobretudo diante da postura da empresa, que condicionou o pagamento do abono salarial – apresentado como uma ‘compensação’ pela redução da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) da empresa – à assinatura do acordo sobre o teletrabalho.”, completa Vieira.

 

A nova proposta contempla a formalização do modelo híbrido de trabalho por dois anos – um avanço importante conquistado pela mobilização da categoria. O teletrabalho passará de três dias por semana para dois dias semanais, a partir de 1º de junho, respeitando as exceções, como gestantes, mães e pais de bebês até os dois anos de idade, entre outras.

No entanto, a FUP destaca que a luta por melhores condições no regime de teletrabalho está longe de acabar. “A suspensão da greve não representa o fim da mobilização, mas sim uma escolha estratégica para proteger direitos conquistados, sem abrir mão de continuar avançando”, pontuou Paulo Neves, diretor da Federação.

 

Cibele ressaltou que houve avanço nas negociações, mesmo que não seja o ideal. “Aceitar o acordo neste momento foi a escolha possível diante das circunstâncias impostas pela empresa. Não aceitar prejudicaria os trabalhadores, mas aceitar não significa se conformar. Seguimos firmes na luta por um teletrabalho mais justo e digno para todos”, afirmou a dirigente, reforçando a importância de concentrar forças também em pautas que ainda estão em negociação, como o novo Plano de Cargos e Salários, a solução para os descontos do equacionamento da Petros – o fundo de previdência da Petrobrás – e o ACT (Acordo Coletivo de Trabalho) da categoria. “Essas negociações tendem a se intensificar no segundo semestre”, completa Paulo Neves.

 

Crédito Imagem: Sindipetro ES/FUP

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