Indústria de Máquinas e Equipamentos registrou recuperação no 1º bimestre de 2025

Crédito Imagem: Divulgação

 

 

As receitas líquidas de vendas da indústria brasileira de máquinas e equipamentos totalizaram R$ 22,9 bilhões em fevereiro de 2025, um crescimento de 14,5% em relação ao mesmo mês de 2024, de acordo com a Associação Brasileira da Industria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ). No acumulado dos dois primeiros meses do ano, o setor apresentou alta de 16,9% em relação ao mesmo período do ano passado.

 

A expansão na receita no primeiro bimestre do ano refletiu o melhor dinamismo no mercado doméstico que registrou aumento de 21,6% em relação ao mesmo período de 2024. O bimestre foi marcado pelo aumento dos investimentos em máquinas e equipamentos em diversos setores da economia. Parte da explicação para a melhora das receitas está na base de comparação reduzida – a indústria de máquinas e equipamentos interrompeu, em 2025, três anos consecutivos de queda na receita líquida de vendas; os primeiros meses de 2024 foram marcados pelos piores desempenhos do setor. E parte está no desempenho de setores com maior presença na indústria que vinham de um quadro de recuperação em 2024 e mantiveram a tendência em 2025.

 

No mercado externo, por outro lado, houve queda no primeiro bimestre do ano (-10%), em razão do enfraquecimento das vendas para os países da América do Norte – para os Estados Unidos a redução das exportações foi de 27%, para o México de 31% e para o Canadá de 13%. Houve, ainda, redução importante nas exportações para Singapura, que em 2024 fez uso dos equipamentos brasileiras nos seus investimentos no setor de óleo e gás.

A melhora nas receitas da indústria de máquinas e equipamentos elevou o número de pessoas ocupadas em 2,1% em 2025, de 398.758 em dez24 para 407.199 em fev25, bem como o seu nível de utilização da capacidade instalada – de 74% em dez24 para 77% em fev25.

 

Consumo aparente nacional de máquinas e equipamentos

 

O consumo aparente de máquinas e equipamentos (resultado da produção doméstica direcionada ao mercado local acrescida da importação dos mesmos bens) subiu para R$ 32,6 bilhões em fevereiro de 2025, 18,3% acima do resultado observado no mesmo mês de 2024. No ano, o consumo acumulado registrou expansão de 27,6% (1bi25) ante o mesmo período de 2024.

 

Do total do consumo nacional de máquinas e equipamentos em 2025, 49% tiveram origem no mercado internacional que registram expansão, em reais, de 34,4% em relação ao ano anterior. A indústria brasileira, mesmo tendo registrado crescimento em relação ao mesmo período de 2024 (+21,6%), vem gradativamente reduzido seu market share para os bens importado, em razão da perda de competitividade.

Cabe destacar que em 2024 o volume de importação de máquinas e equipamentos foi o segundo maior da história. O primeiro maior nível de importação ocorreu em 2013, período no qual se observou forte investimentos do país, segundo o IBGE a formação bruta de capital fixo atingiu 21% do PIB e o consumo de máquinas e equipamentos mecânicos (cerca de 20% da FBCF) foi R$ 568 bilhões este último com 70,6% de produção local.

 

Em 2024, portanto 11 anos depois, apesar da importação estar em nível próximo do record histórico (US$ 29,7 bilhões em 2024 contra US$ 29,8 bilhões em 2013), a taxa de investimento do país caiu para 17% (-19%), o consumo aparente de máquinas e equipamentos mecânicos caiu para US$ 370 bilhões e a participação do produto importado subiu para 46,3%. Ou seja, os investimentos em máquinas encolheram 35% e a indústria doméstica se reduziu para menos da sua metade, de R$ 405 bilhões em 2013 para R$ 200 bilhões em 2024.

 

Importação de máquinas e equipamentos

 

O crescimento das importações de máquinas e equipamentos, em 2025, ocorreu nos mais diversos setores da economia nacional, mas as maiores elevações foram na agricultura e na infraestrutura. Dentre as origens das importações chamou a atenção o volume vindo da China, que tirou mercado não só do produtor local, mas deslocou também tradicionais produtores mundiais com Alemanha, Estados Unidos, Itália e Japão. Os bens com origem da China, que em 2013 participavam com 17% no total importado pelo país hoje, (1bi25) participam com 35%.

 

Expectativas

 

A expectativa é que o mês de março mantenha a recuperação nas receitas de vendas de máquinas e equipamentos observadas neste 1º bimestre. A carteira de pedido do setor se encontra em expansão (+1,4% em relação a jan25 e +2,4% em relação a fev24) e o índice de confiança da indústria de máquinas e equipamentos do mês de março de 2025, divulgado pela FGV, registrou recuperação apesar da estabilidade da confiança na indústria de transformação.

A perspectiva no curto prazo é de elevação tanto na demanda interna quanto externa.

No médio prazo a melhora os resultados da indústria de máquinas e equipamentos deve arrefecer. O ciclo de contração monetária, em conjunto com a expectativa de desaceleração da atividade econômica nacional tende a refletir em perda de dinamismo dos investimentos ao longo de 2025. A política protecionista dos Estados Unidos e sobre os seus efeitos na economia contribuem de outra forma para o aumento das incertezas e adiamento de decisões de investimentos. Em razão disto, as estimativas são de que o crescimento acumulado no primeiro bimestre (17%) se contraia, principalmente ao longo do segundo semestre, levando o resultado na receita liquida de máquinas e equipamentos para a um crescimento ao redor de 3,7% em 2025.

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