Segundo levantamento da União da Indústria da Cana-de-açúcar e Bioenergia, o recorde coloca o Brasil em posição de destaque na vitrine de soluções sustentáveis
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O etanol quebrou recordes no ano de 2024 ao atingir a maior oferta da história, segundo informações divulgadas nesta terça-feira, 28, pela União da Indústria da Cana-de-açúcar e Bioenergia (UNICA).
Em coletiva de imprensa, a organização apontou os principais destaques do setor no período que marcou um aumento exponencial do etanol de milho e exibiu o lançamento da segunda fase da campanha Vai de Etanol, que foca no fomento ao consumo consciente do biocombustível.
Entre os dados apresentados, concluiu-se que o volume de etanol gerado no Brasil atingiu 36,83 bilhões de litros, 4,4% acima do registrado em 2023. Desse total, 7,7 bilhões de litros foram produzidos a partir do milho, o que representa um aumento de 32,8% em relação ao ano anterior. Esses indicadores colocam o Brasil como o segundo maior produtor do biocombustível no mundo, atrás somente dos Estados Unidos.
Brasil: uma vanguarda de soluções sustentáveis
Segundo o CEO da Unica, Evandro Gussi, os números apontados pela entidade provam que a indústria do etanol se apresenta como uma forte alternativa à descarbonização e que o setor está mais forte do que nunca graças a políticas de incentivo aos biocombustíveis, como o Combustível do Futuro, o Mobilidade Verde (Mover) o Paten e o aperfeiçoamento do RenovaBio.
Na ótica de Gussi, esse conjunto de ações transformam o Brasil em uma vanguarda para soluções sustentáveis e uma inspiração para outras nações. “Em um passado não tão distante, muitos especialistas falavam que mobilidade teria suas relações cortadas com motores à combustão e que o futuro seria apenas a eletrificação. Em contrapartida, o que temos hoje é uma indústria de etanol que não está apenas sobrevivendo, mas, sim, trabalhando em cima de uma perspectiva de futuro nunca antes vista”, declara Gussi.
Todos os números levantados para salientar o crescimento do mercado dos combustíveis vindos da biomassa são uma amostra de que houve um processo de educação da população sobre o tema, fator determinante para que houvesse uma maior apreciação seguida de investimentos nesse mercado.
“Houve uma mudança na perspectiva do público a respeito do etanol por parte do público, de forma que hoje ele é visto como um ativo fundamental para o país. E isso não poderia ser diferente, pois, quando se fala em bioenergia, é claro que o Brasil é o país referência, já que é onde existe a melhor experiência”, diz ele.
A importância do milho na safra atual
Durante a apresentação promovida pela Unica, Luciano Rodrigues, diretor de inteligência setorial, fez questão de detalhar aspectos importantes da safra de cana-de-açúcar e de milho, que, como mencionado, teve aumento de 32% em relação a 2023.
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Enquanto passeava por aspectos técnicos da safra, Rodrigues destacou que a introdução de uma nova matéria-prima – o milho – na produção de etanol diversifica a oferta e torna essa operação menos suscetível a condições climáticas. Além disso, o biocombustível oriundo do cereal já ultrapassou a produção total da safra passada (6,3 bilhões de litros).
Para os especialistas da Unica, esse crescimento deve ser visto com muito bons olhos, já que não há grande disparidade na intensidade de carbono entre as duas fontes de produção. Fora isso, o etanol de milho não cresce de produção em detrimento ao etanol da cana, o que amplia o leque de alternativas na fabricação.
Benefícios para o consumidor
Diante do que foi dito, a pergunta “qual a vantagem disso para o consumidor?” pode vir à tona. A primeira delas é a redução na emissão dos gases do efeito estufa. Para se ter uma ideia, em 2024 aproximadamente 48,6 milhões de toneladas de CO2 deixaram de ser emitidas na atmosfera graças à presença do etanol no mercado nacional.
“Uma base de comparação: para ter o mesmo nível de CO2 retirado da atmosfera, teríamos que plantar mais de 100 mil hectares de árvores, ou 350 milhões de árvores, ao longo de 20 anos. Assim, tiraríamos a mesma quantidade de CO2”, calcula Rodrigues.
O segundo benefício é econômico, tendo em vista que ao longo do último ano, os consumidores teriam pago um montante de R$ 3,11 bilhões a mais para rodar a mesma quilometragem caso só houvesse gasolina. “Logo, temos no etanol uma opção de economia somada ao bem do meio ambiente”, conclui o diretor.