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Setor de Lubrificantes investe em tecnologia para acompanhar evolução dos motores

A indústria automobilística brasileira em 2024 está passando por grandes transformações, com desempenho e perspectivas positivas em comparação ao ano passado. Como exemplo das melhorias encontradas nesse setor nos últimos meses, pode-se observar aumento no número de emplacamentos, nas vendas diárias, nos empregos e também na produção.

A adesão a novas tecnologias, como a de carros híbridos ou elétricos também subiu, mostrando, assim, que os consumidores têm tido maior interesse em veículos/marcas que dão ênfase à sustentabilidade.

Com esse progresso, vêm as exigências por um alto padrão na fabricação no que se refere ao desenvolvimento sustentável, que surge não só por parte dos compradores, mas, também, dos órgãos de fiscalização, investidores, mídia e público em geral. Esses requisitos e obrigações são desafios que as montadoras enfrentam na busca por aumentar seu faturamento e, muitas vezes, é preciso suporte de outros segmentos para impulsionar a imagem ecológica de novos veículos.

Um dos setores mais envolvidos nesse trabalho de praticar ações que visam reduzir o impacto ambiental dos automóveis em circulação é o de óleos lubrificantes, que além de estarem sendo fabricados para  ajudar nos objetivos do segmento automobilístico relacionados a sustentabilidade, vêm sendo desenvolvidos com viscosidades cada vez menores, para se obter uma maior economia de combustível.

Quem conta detalhadamente como o mercado de lubrificantes está intrinsecamente relacionado à boas práticas ambientais é Bruno Dias, consultor técnico automotivo da Mobil, que explica: “aliando essa menor viscosidade a uma maior performance, se torna possível ter um maior intervalo de troca do óleo, além de maior compatibilidade com biocombustíveis, principalmente o biodiesel, que tem seu teor no diesel aumentado cada vez mais”.

Dias afirma que com a evolução dos motores, cada vez menores e mais potentes, o lubrificante precisa acompanhar esse progresso por meio de diversas iniciativas ESG, desde o uso de matérias primas na formulação do produto que sejam mais amigáveis ao meio ambiente, como o uso de óleos básicos renováveis produzidos a partir de vegetais e biomassa, e de óleo básicos rerrefinados, até o uso de plástico reciclável nas embalagens.

Ele complementa dizendo que, conforme os motores vão evoluindo, e normas de emissão ficam cada vez mais severas, novos lubrificantes são solicitados pelas montadoras, como foi o caso na implementação do Proconve P8 (Euro VI) em 2023.

Os principais obstáculos, segundo Bruno Dias, passam por questões de custo, e de qualidade e disponibilidade das matérias-primas. Outro desafio do mercado de lubrificantes se encontra na já mencionada evolução do processo de eletrificação, pois é necessário que o lubrificante também se adeque a nova condição de uso, tendo sua formulação, muitas vezes, alterada.

“Motores híbridos, por exemplo, operam em uma temperatura mais baixa do que a ideal devido a alternância entre o motor a combustão e elétrico. Isso pode gerar maior contaminação do óleo com combustível e água, aumentando a oxidação das peças e do próprio lubrificante. Portanto, é necessário que o lubrificante consiga operar em condições mais severas. Pensando nisso, a marca Mobil™ lançou a linha Mobil Super™ Hybrid, formulada especialmente para veículos híbridos”, declara o especialista.

Além de precisar se moldar às demandas da indústria automotiva, as produtoras de lubrificantes possuem outro impasse: traduzir ao consumidor a melhor aplicação de cada tipo de lubrificante, afinal, isso nem sempre está claro para o comprador.

“A viscosidade ideal é definida pelo fabricante do veículo durante o desenvolvimento do motor. Cada motor pode exigir uma viscosidade diferente, dependendo do seu desenho, para que a eficiência da sua lubrificação seja maximizada. Por isso, existem lubrificantes das mais variadas viscosidades para atendimento a todos os tipos de motores. É fundamental que o lubrificante esteja de acordo com a viscosidade e especificação técnica requeridas pelo manual do proprietário, garantindo assim que ele foi testado e aprovado para utilização nesses veículos. Outro ponto crucial é que seja um lubrificante de qualidade e alta tecnologia produzidos por uma marca confiável”, esclarece o consultor.

Por fim, Dias reforça que existem diversos riscos que o uso de um óleo de má qualidade pode causar ao motor, como, por exemplo, formação de borras e depósitos, desgaste excessivo de peças do motor, além do superaquecimento, podendo causar consequências mais graves como fundir o motor. “Existe ainda a questão ambiental, uma vez que o óleo inadequado pode gerar mais emissões”, finaliza.