Apesar do potencial aumento na demanda por etanol, especialmente pelo seu uso na produção de combustível sustentável para aviação (SAF) e a maior mistura na gasolina C, a decisão da Petrobras de reinvestir no setor levanta questionamentos, na avaliação do Citi.
“Não entendemos o investimento da Petrobras no setor novamente, considerando que o foco da empresa é o upstream (água profunda e pré-sal) e as características de retorno baixo do setor”, afirmam os analistas Gabriel Barra, Pedro Gama e André Cardona, em relatório do Citi.
Conforme o novo plano estratégico detalhado na sexta-feira, 22, a Petrobras estuda desembolsar US$ 2,2 bilhões em investimentos relacionados à produção de etanol. O objetivo é aumentar a sua presença na cadeia de valor de baixo carbono e expandir suas operações em bioprodutos.
Para isso, a empresa busca entrar no segmento de biocombustíveis, preferencialmente por meio de parcerias minoritárias de controle compartilhado com companhias relevantes da indústria.
Mais cedo, fontes com conhecimento do assunto disseram à Reuters, que a Petrobras mantém conversas com Raízen, Inpasa Agroindustrial e BP para retornar à produção de etanol.
A estratégia da Petrobras é uma tentativa de diversificar as suas operações e investir em fontes de energia mais sustentáveis, alinhando-se com as tendências globais de transição energética e redução de emissões de carbono, destaca o Citi.
O Citi tem recomendação neutra para Petrobras, com preço-alvo de US$ 15 para a ADR (recibo que permite que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas), um potencial de valorização de 0,7% em relação ao fechamento de sexta-feira.