Açúcar: Demanda global e clima no Centro-Sul podem tornar fluxos comerciais altistas

  • A estrutura macroeconômica atual não favorece o mercado de commodities, incluindo o açúcar;
  • Apesar de fundamentos estáveis, a escassez no 4º trimestre de 2024 pode ser menos grave do que o previsto;
  • Espera-se que as exportações indianas sejam limitadas, com impacto significativo no mercado no 1º trimestre de 2025;
  • A safra no Centro-Sul brasileiro está sendo monitorada. A deterioração das condições climáticas na região pode impulsionar os preços a curto prazo, tornando os fluxos comerciais altistas.

O cenário macroeconômico atual é desfavorável para o mercado de commodities, com dólar forte, desvalorização de moedas emergentes e economia chinesa fraca pressionando a demanda por açúcar e reduzindo prêmios FOB.

De acordo com Lívea Coda, analista de Açúcar e Etanol da Hedgepoint Global Markets, “embora os fundamentos sejam estáveis, a escassez de oferta no 4° trimestre de 2024 pode ser menor que o previsto, com o México apresentando um início positivo de temporada e o Brasil mantendo forte participação”.

O mês de março permanece sendo o contrato mais altista, com um spread de 140 pts H/K25. “As chuvas recentes no Centro-Sul do país podem apoiar ainda mais essa tendência, pois são positivas para o desenvolvimento da safra 25/26”, diz a analista.

“No 1º trimestre de 2025, espera-se um déficit significativo, que pode superar 2 milhões de toneladas caso a Índia não exporte. A produção indiana está atrasada devido a condições climáticas e políticas”, observa. Em 15 de novembro, 144 usinas operavam, ante 264 usinas ativas no mesmo período. Houve redução de 40% e 41%, respectivamente, na moagem e produção em comparação ao ano anterior.

“Foram produzidos 710Kt em comparação com 1,27Mt do ano passado. As exportações indianas devem ser limitadas até a reposição de estoques, impactando os fluxos comerciais globais”, aponta Lívea.

No Brasil, chuvas recentes favorecem o desenvolvimento da safra 25/26, mas condições climáticas adversas podem impulsionar os preços.

“Atualmente, os preços do açúcar estão projetados entre 19,5 e 22,5 c/lb, dependendo da demanda, que segue enfraquecida, com menor participação da China e estoques elevados em refinarias”, destaca.

“A demanda por açúcar bruto será decisiva para os preços, e eventuais problemas no desenvolvimento da safra 25/26 do Centro-Sul brasileiro, ou maior urgência na demanda global podem levar a uma tendência altista”, conclui.

Os fluxos comerciais de açúcar branco mais equilibrados, juntamente com uma escassez de oferta de bruto, tem pressionado a margem das refinarias.

Acompanhe a Hedgepoint também pelo canal de WhatsApp e fique por dentro, em tempo real, das últimas notícias, análises de mercado e principais insights do mundo da macroeconomia, de commodities agrícolas e energia. Siga e já ative as notificações! Acesse aqui.

Sobre a Hedgepoint Global Markets

A Hedgepoint Global Markets é uma empresa especializada em gestão de risco, inteligência de mercado, e execução de hedge para a cadeia de valor global de commodities, com larga experiência nos mercados agrícolas e de energia. Está presente em cinco continentes e oferece aos clientes produtos de hedge baseados em tecnologia e inovação, mantendo o cliente como ponto central de todos os processos. A companhia trabalha com mais de 60 commodities e mais de 450 produtos de hedge em sua plataforma. Visite nosso site.