O sentimento de baixa persiste no mercado de petróleo; confira análise da Hedgepoint

Apesar dos sólidos fundamentos de alta nas últimas semanas, os preços do petróleo bruto frustraram qualquer esperança de alta. Segundo Victor Arduin, analista de Energia e Macroeconomia da Hedgepoint Global Markets, “fatores importantes, como o corte nas taxas do Fed, o atraso nos cortes de produção da OPEP+ e as tensões geopolíticas no Oriente Médio, não conseguiram desencadear uma alta significativa dos preços”.

Por outro lado, o sentimento de baixa vem ganhando força em meio às incertezas econômicas nos EUA e na China, juntamente com a especulação de que a Arábia Saudita poderia aumentar sua produção antes do final do ano para recuperar a participação perdida no mercado de petróleo bruto.

A Hedgepoint examina os fundamentos atuais do mercado, explorando os potenciais cenários para os próximos meses.

O sentimento de baixa domina o mercado de petróleo

Em setembro, o Fed surpreendeu alguns analistas de mercado ao cortar as taxas de juros em 50 pontos-base, resultando em um forte enfraquecimento do dólar, o que poderia aumentar a demanda por petróleo, já que a commodity é negociada em dólares e agora está mais barata para os detentores de outras moedas.

“Além disso, o conflito em curso no Oriente Médio parece estar se intensificando, com Israel aumentando seus ataques contra grupos alinhados com o Irã, um importante produtor de petróleo da região”, ressalta o analista.

“Como se isso não fosse suficiente para sustentar uma perspectiva de alta para o petróleo, a China decidiu expandir seu estímulo monetário na semana passada, gerando uma recuperação nos mercados de metais, que geralmente apresentam alguma correlação positiva com os preços do petróleo bruto. Apesar disso, o sentimento de baixa continua forte no mercado de petróleo”, pondera.

O que está acontecendo é que muitos fundamentos de baixa estão se tornando cada vez mais relevantes no mercado. As medidas de estímulo na China podem resultar em maior demanda doméstica, mas não necessariamente no aumento do consumo de combustível.

“A estratégia de reduzir a produção dos membros da OPEP+ tem se tornado cada vez mais cara para a Arábia Saudita, que perdeu terreno tanto para os países não pertencentes à OPEP quanto para os da OPEP nos últimos meses, o que levou a especulações de que eles logo aumentarão a produção, o que pode resultar em uma guerra por participação no mercado”, aponta Victor.

Os estoques nos EUA estão em níveis historicamente baixos

Nem mesmo os estoques em níveis historicamente baixos nos EUA, com as reservas comerciais atingindo 413 milhões de barris (-0,78% em relação ao ano anterior) e as reservas estratégicas em 381 milhões de barris (+8,81% em relação ao ano anterior) nesta semana, deram suporte ao mercado.

As refinarias norte-americanas estão entrando em um período de manutenção, o que resulta em menor consumo de petróleo por essas instalações e maior disponibilidade para a formação de estoques nas próximas semanas.

“Nesse contexto, o principal fator de alta para o mercado nas próximas semanas é a percepção de maior risco no Oriente Médio, impulsionada pela escalada do conflito entre Israel e Líbano. A intensificação das hostilidades nessa região pode levar a um aumento da aversão ao risco global, o que, por sua vez, resultaria em preços mais altos para o petróleo”, indica.

“Na América do Sul, embora a probabilidade seja muito menor, um possível conflito aberto entre a Venezuela e a Guiana sobre a região de Essequibo poderia gerar instabilidade na área e impactar os preços do petróleo”, conclui.

Em resumo, o corte inesperado da taxa de juros do Federal Reserve em setembro, juntamente com a escalada das tensões no Oriente Médio e o estímulo monetário da China, criou um ambiente de alta para os preços do petróleo. Entretanto, o sentimento de baixa persiste no mercado.

A perspectiva de baixa para os preços do petróleo é impulsionada por fatores como os desafios econômicos da China e os dispendiosos cortes de produção da Arábia Saudita. Esses fatores podem levar a uma guerra de participação no mercado e à redução dos preços do petróleo.

A escalada do conflito entre Israel e Líbano no Oriente Médio é o principal fator de alta para os preços do petróleo. O aumento das hostilidades pode levar a uma maior aversão global ao risco e, consequentemente, a preços mais altos do petróleo. Além disso, um possível conflito entre a Venezuela e a Guiana, na América do Sul, também pode afetar os preços do petróleo.

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