Os últimos 30 anos, a indústria automobilística passou por uma transformação significativa, impulsionada por avanços tecnológicos, demandas por sustentabilidade e mudanças no comportamento dos consumidores.
Houve um aumento significativo na regulamentação para redução de emissões, especialmente na Europa e nos EUA, onde os governos impuseram normas mais rigorosas para controlar a poluição.
A utilização de materiais como alumínio e fibra de carbono aumentou, tornando os carros mais leves e, portanto, mais eficientes em termos de consumo de combustível. O foco em eficiência energética também levou a inovações no design aerodinâmico dos veículos, reduzindo o consumo de energia e combustível.
Antes de falara sobre a lubrificação automotiva temos que lembrar da melhoria de qualidade da Gasolina, diesel, GNV, etanol e o Biodiesel.
No Brasil temos uma condição única, com a mistura obrigatória de 27% Etanol a gasolina e uma frota com uma participação expressiva de veículos “Flexfuel”, No caso do Diesel 14% de Biodiesel
Tudo isso requer que o desenvolvimento da indústria de lubrificantes que também passou por uma evolução significativa nos últimos 30 anos, acompanhando as mudanças tecnológicas, regulatórias e ambientais da indústria automobilística.
O desenvolvimento e a popularização dos lubrificantes sintéticos é um marco nas últimas décadas. Esses óleos oferecem melhor desempenho em termos de proteção, resistência à oxidação e estabilidade térmica, especialmente em temperaturas extremas, quando comparados aos lubrificantes convencionais.
A indústria automotiva, em busca de maior eficiência de combustível, impulsionou a criação de lubrificantes de menor viscosidade (como os óleos 0W-20 e 5W-30). Eles permitem um menor atrito interno nos motores, melhorando o consumo de combustível sem comprometer a proteção do motor.
Quero também comentar sobre o consequente desenvolvimento de Aditivos. Este segmento essencial para indústria de lubrificantes exigiu grandes investimentos em pesquisa e desenvolvimento da indústria. A química dos aditivos evoluiu para fornecer melhor proteção contra desgaste, corrosão e formação de depósitos. A indústria também focou em aditivos que pudessem melhorar a resistência à oxidação e o desempenho em condições de alta pressão.
Regulamentações ambientais mais rigorosas pressionaram a indústria a desenvolver produtos que contribuam para a eficiência energética e redução das emissões de carbono. Lubrificantes otimizados para minimizar o atrito e melhorar a eficiência do motor foram fundamentais nesse processo.
Houve um avanço no re-refino de óleos usados, em que os lubrificantes são reciclados e processados para serem reutilizados. Isso é importante tanto para reduzir o desperdício quanto para economizar recursos naturais
Normas mais rígidas, como a API (American Petroleum Institute) e as especificações ACEA (Associação de Construtores Europeus de Automóveis), impuseram requisitos mais altos para a eficiência e a sustentabilidade dos lubrificantes. Novas categorias, como a API SP, foram introduzidas para lidar com as necessidades de motores modernos, incluindo proteção contra pré-ignição em baixa velocidade (LSPI) e maior resistência à formação de depósitos. Componentes como o zinco e o fósforo, amplamente utilizados como aditivos em óleos de motor, passaram a ser reduzidos ou eliminados devido ao seu impacto ambiental e potencial para danificar sistemas de tratamento de emissões, como catalisadores. O aumento da conscientização ambiental também influenciou as preferências dos consumidores, que agora buscam produtos mais sustentáveis e com menor impacto ambiental, o que levou as marcas a se posicionarem nesse sentido.
Conclusão A evolução da indústria de lubrificantes automotivos nos últimos 30 anos reflete a busca por eficiência, sustentabilidade e inovação.
Claudio Lopes, Engenheiro Mecânico pela Católica de Petrópolis, com
MBA em energia pela UFRJ-COPPEAD, experiência profissional, 2 anos no Estaleiro Emaq, 8 anos na Petróleo Ipiranga, 11 anos na Lubrizol e 19 anos na Afton Chemical.