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Stellantis defende combinação de etanol e eletrificação para descarbonizar frota

O Polo Automotivo Stellantis de Goiana, complexo industrial localizado na Zona da Mata Norte de Pernambuco, tem papel fundamental no processo de descarbonização da empresa. A informação foi do vice-presidente de Assuntos Regulatórios da Stellantis, João Irineu Medeiros, durante sua participação na 13ª edição do Fórum Nordeste realizada nesta segunda-feira (2).

No evento, Medeiros realizou a palestra “Estratégia de Descarbonização e Desenvolvimento Local”, que ainda teve como mediador o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) e do Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol do Estado de Goiás (Sifaeg), André Rocha.

Também participaram o presidente-executivo do Sindálcool Paraíba, Edmundo Coelho Barbosa; o presidente da Alcopar Paraná, Miguel Rubens Tranin; e o secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Pietro Adamo Mendes.

Segundo Medeiros, o processo de descarbonização deve ser feito de forma equilibrada, incluindo os carros de entrada até os veículos premium.

“Precisamos encontrar uma descarbonização equilibrada do ponto de vista ambiental, social e econômico”, disse.

Ele lembrou que a emissão de gás carbônico (CO2) é feita durante todo o ciclo de vida dos automóveis e o momento que o carro mais emite carbono é no uso.

“São 300 mil quilômetros que o carro está emitindo CO2, mas a emissão começa na mineração e termina na reciclagem do carro”, reiterou.

Segundo o vice-presidente, com base em dados de 2021, o mundo emite 50 gigatoneladas (Gt) de CO2 todos os anos. Desses 12,8 são da China; 5,6 dos Estados Unidos; e 3,6 da Europa. O Brasil é responsável por emitir 1,5 gigatoneladas.

“O Brasil não é um dos maiores emissores de CO2. Mas se a gente não fizer nada, esse número vai dobrar ou triplicar só com o crescimento da população e dos negócios e, no ano de 2100, vamos emitir 100 ou 150 gigatoneladas”, mencionou.

O excesso de CO2 que penaliza a camada de proteção que existe na atmosfera agrava o efeito estufa.

“A temperatura que hoje está em torno de 1,5 graus acima do período pré-industrial vai chegar a 5 acima do período pré-industrial”, reiterou.

Com isso, de acordo com Medeiros, os cientistas apontam que em uma determinada área perto da Linha do Equador, a temperatura será, todos os dias, de 44 graus e de alta umidade, fazendo com que a região fique inabitável.

“Cientistas calculam 3 bilhões de refugiados do clima em 2100”, alertou o vice-presidente da Stellantis.

Segundo ele, os transportes representam 14% das emissões de gás carbônico no Brasil. Por isso, a Stellantis tem um compromisso de redução de CO2 firmado durante a última Conferência do Clima (COP 28) com objetivos de reduzir as emissões em 53% até 2030 e chegar a Net Zero (compromisso de zerar as emissões de gases de efeito estufa) até 2050.

Diante dos desafios de migrar os carros a combustão para 100% elétricos, a fim de descarbonizar a frota, João Irineu destacou que a empresa pretende combinar o etanol com os diferentes níveis de eletrificação para a criação de novos veículos.

“Combinar biocombustível com eletrificação é a chave do sucesso”, reiterou.

A empresa montou um programa chamado Bio-Hybrid que combina biocombustível com hibridização. Os esforços de desenvolvimento das plataformas Bio-Hybrid começaram em 2022, com a criação do Bio-Electro, uma plataforma destinada a acelerar tecnologias de motopropulsão baseadas na hibridização, combinando eficiência térmica e eletrificação.

O Bio-Electro está baseado em três pilares: Academy, que abrange informação, formação e recrutamento; Lab, com incubação de ideias e desenvolvimento de ecossistema; e Tech, com a parte de materialização de soluções e da inovação.

O Fórum Nordeste 2024 teve patrocínio da Neoenergia, Copergás, Banco do Nordeste, Caixa Econômica Federal, Sudene, FMC, Grunner e Cahu Beltrão; e apoio do Governo de Pernambuco, Fertine e Novabio.

Fonte: Folha de Pernambuco