Novas tecnologias, otimização de processos e grandes investimentos em infraestrutura, como os da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), são apontadas pelo diretor-executivo de Marketing da Noxis Energy, Márcio Dutra, como grandes oportunidades para produtores independentes. Em entrevista ao estúdio Abpip nesta quinta (25/7), na Sergipe Oil & Gas 2024, afirmou que a construção de uma refinaria representa menos dependência de produto externo.
Dutra explicou que mesmo uma refinaria destinada exclusivamente ao refino de combustíveis fósseis é capaz de produzir combustíveis com menor intensidade de carbono, a partir do uso de tecnologias avançadas, como a sintetização de gases de combustão.
“A refinaria é autossustentável, é uma refinaria moderna, que tem de melhor hoje no mundo. Então, por exemplo, o CO2 que é emitido nas chaminés, antes de ser emitido a gente pega o aproveitamento térmico dele e gera vapor. Economizou gás, por exemplo“, exemplificou.
Outro ponto destacado é a captura do CO2 antes de ser emitido para que sirva de matéria-prima na produção de gasolina, SAF e diesel. O complexo processo envolve a quebra e rearranjo de moléculas de CO2 com hidrogênio para a formação dos hidrocarbonetos líquidos, que têm composição idêntica ao derivado fóssil.
Investimentos em refinarias
Segundo o executivo da Noxis, a empresa está com três projetos para a construção de refinarias. Uma delas em Pecém (CE), com capacidade para 100 mil barris/dia; outra em Sergipe, com 30 mil barris; e uma na Bahia, no Porto de Ilhéus, ainda em fase inicial.
O mais avançado deles, em Pecém, já conta com licença prévia e está na fase da licença de instalação. “A gente tirou o risco do terreno, que a gente já tem um contrato, tem o fornecedor de petróleo – nós já temos o off take do produto–, então a gente tirou basicamente os riscos mais importantes de um empreendimento”, comentou.
No total, serão mais de US$ 4 bilhões em investimentos. No Ceará, será US$ 1,4 bilhão, somado a US$ 800 milhões em Sergipe e US$ 2 bilhões na Bahia.
“Existe uma demanda para diesel e gasolina aqui no mercado local, da mesma forma que tem para o querosene de aviação”, disse.
O diretor-executivo explica que, hoje, o Brasil importa um navio por dia de derivados – gasolina ou diesel –, que pode se tornar dois navios em 2032, e seis embarcações diárias até 2050, se a demanda continuar crescendo sem a renovação de reservas e novos investimentos em refino.