Nos últimos meses quando a Rússia se tornou o principal fornecedor de óleo diesel para o Brasil os principais portos brasileiros por onde este entra no país (Belém, Aratu, Vila do Conde, Itacoatiara, Itaguai, Manaus, Suape, Paranaguá e Santos) passaram a conviver com a falta de uma importante informação: a empresa que estava importando o produto. Em maio, enquanto as empresas Refit (4%) Ciapetro (3%) e Vibra, Ream, INN e Amazônia Energia cada uma com, 2% importaram 15% de todo o diesel comercializado no país empresas que importaram os outro 85% não identificaram como donas do combustível.
Seria dispensável se elas não fossem donas de 783.500 m³ de diesel de um total de 922.875 m³ que o Brasil importou. E desse total, o porto de Santos foi quem mais recebeu esse produto, tendo internado 363.748 m 3. Isso não quer dizer que a mercadoria vinda da Rússia não tenha dono, mas que a cada mês os importadores não se tornam conhecidos.
Importar gasolina
Isso não acontece segundo dados disponíveis nos portos, por exemplo como a gasolina onde é possível se identificar que a Petrobras é a maior importadora com 27%, seguida da Ipiranga com 17% e da Amazônia Energia com 14%. Mas o mais curioso é que no mês de maio, por exemplo, a Petrobras não registrou um só m³ de óleo diesel nas suas importações.
No mês de maio último a Rússia vendeu ao Brasil 97.8% de todo o óleo diesel que o país importou. E de janeiro a maio quando o país comprou 5,71 milhões de m 3 a Rússia entregou 72.1% deixando longe tradicionais vendedores como os Emirados árabes, Estados Unidos e Kuwait que perderam o mercado para as refinarias russas.
Proibido comprar
O Brasil, por ter empresas com ações negociadas em bolsas internacionais como a Petrobras e as gigantes do setor que operam no país, não pode comprar combustível russo devido às restrições impostas pelos países da Comunidade Europeia. Entretanto, outras empresas não listadas em Bolsa podem comprar o produto e ajudar a suprir o mercado existente não suprido pela Petrobras. De qualquer forma, segundo a ANP, a participação da Petrobras nas importações de óleo diesel em Abril de 2024 foi de 40,5%.
Isso é um bom negócio porque a Rússia está oferecendo o diesel a preços com desconto de até 15% em relação ao mercado global o que acaba sendo um bom negócio para quem atende o mercado Brasil. A participação do diesel importado em abril chegou a 27,01 % do total do consumo.
Venda menor
Dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abcon) de abril revelam que a demanda total do mercado de Óleo Diesel A apresentou decréscimo de cresceram 1,29% em relação ao mês de Abril/23. E que com base em dados da ANP o total de entregas por fornecedores de Óleo Diesel A foi de 4,38 milhões de m³ onde as importações de Óleo Diesel A foi de 1,18 milhões de m³.
A Petrobras e as refinarias privadas ofertaram 3,82 milhões de m³. Apenas a estatal responde por 77,03% do diesel vendido no Brasil, enquanto a Refinaria de Mataripe (BA) entrega 8,22% do produto. Dados da ANP mostram que a Petrobras vem reduzindo a importação de óleo diesel, beneficiada pelo crescimento das importações de empresas privadas.
Sem comentários
A Abicom não comenta a informação do crescimento de importações de diesel sem que os donos sejam conhecidos já nos portos. E no relatório distribuído aos associados informa que sete empresas associadas e/ou vinculadas a entidade como distribuidoras realizaram vendas de Gasolina C no mês de Abril/24, com um volume total de 261 mil m³, totalizando, nas vendas de Gasolina C, para o mês de Abril/24, uma participação de 7,12% do mercado interno e 6,85% no acumulado do ano.
Mas o mistério continua. Afinal, por que empresas que estão comprando óleo diesel da Russo desde o começo do ano não informam já nos portos quem são?