O Centro de Inovação em Tecnologia Offshore (OTIC) reúne competências para desenvolver tecnologias que permitirão a operação da indústria de óleo e gás cada vez mais sustentável, eficiente e segura
Em cerimônia, nesta tarde (12 de junho), a Universidade de São Paulo – USP, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a Shell Brasil realizaram o lançamento do novo Centro de Inovação em Tecnologia Offshore (OTIC, Offshore Technology Innovation Centre). Com investimento total de R$ 163 milhões ao longo de 5 anos – em recursos financeiros e não financeiros – o Centro terá como missão contribuir para o futuro da indústria offshore, com a geração de conhecimentos para viabilizar a exploração sustentável e eficiente de recursos do oceano, num contexto de transição energética e transformação digital no mundo. O evento de inauguração do OTIC ocorreu no Digital LAB, da USP, e contou com a presença de autoridades e pesquisadores.
Com mais de 250 pesquisadores envolvidos, o OTIC inicia com um portfólio de 24 projetos de pesquisa e desenvolvimento financiados pela Shell Brasil e pela Fapesp. A Shell Brasil investirá aproximadamente R$ 49 milhões por meio da cláusula em PD&I (Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação) da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
“A Shell está comprometida com a transição energética. Esse é um movimento imperativo para o mundo, e a jornada para a transformação da indústria offshore deve ser feita com planejamento, de forma segura, acessível e sustentável, de modo a diversificar e expandir as fontes de energia disponíveis. Nosso investimento dá início a um portfólio de projetos de pesquisa voltados para a descarbonização da indústria e a otimização das operações, contribuindo para o futuro da indústria offshore”, diz Olivier Wambersie, gerente-geral de Tecnologia e Inovação da Shell Brasil.
O OTIC é formado por cinco programas técnicos que se interconectam: Novos Processos e Operações, Energia de Baixo Carbono, Novos Materiais e Nanotecnologia, Segurança das Pessoas, do Meio Ambiente e Economia Circular, e Transformação Digital. Cada uma destas áreas tem potencial para gerar tanto soluções práticas e de curto prazo, quanto aquelas soluções disruptivas e transformadoras da indústria offshore no longo prazo.
“O OTIC se beneficia do conhecimento gerado no Brasil, especialmente nos centros de pesquisa das universidades brasileiras, para propor soluções viáveis técnica e economicamente aos desafios da indústria de óleo e gás. Com sua reconhecida capacidade neste setor, as soluções desenvolvidas no Brasil impactam positivamente a cadeia produtiva e ajudam a construir o futuro da indústria offshore”, diz Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP.
De acordo com Gustavo Assi, professor da USP e vice-diretor científico do projeto, a indústria offshore de energia passará por um intenso processo de transformação, apoiado na transição energética e na digitalização. “Gerar mais energia com menos emissões de gases de efeito estufa nos impõe desafios tecnológicos, mas também nos dá a oportunidade de desenvolver novas formas de geração de energia limpa, e realmente construir o offshore do amanhã”, afirma Gustavo. O OTIC terá um papel fundamental nessa jornada, pois aproximará a indústria, o governo e a academia para gerar conhecimento científico e tecnológico para descarbonizar o setor offshore e prover uma operação mais segura e eficiente tanto para as pessoas quanto para o meio ambiente.
“O OTIC reúne pesquisadores qualificados para responder às principais questões do offshore do amanhã, desenvolvendo tecnologia de vanguarda para o setor offshore, disseminando conhecimento na sociedade e oferecendo suporte qualificado para o desenvolvimento de políticas públicas que promovam a transição para uma economia de baixo carbono”, defende Kazuo Nishimoto, professor da USP e diretor científico e executivo do projeto. O Centro “se beneficia do conhecimento gerado no Brasil, especialmente nos centros de pesquisa das universidades brasileiras, para propor soluções aos desafios da indústria de óleo e gás. Com sua reconhecida capacidade neste setor, as soluções desenvolvidas no Brasil impactam a cadeia produtiva e ajudam a construir o futuro da indústria offshore”.
“O programa de Novos Materiais & Nanotecnologia é transversal e sua importância está diretamente ligada a todos os outros, uma vez que qualquer desenvolvimento do OTIC passa por uma reavaliação dos materiais utilizados que devem ser selecionados levando em consideração o desempenho, a durabilidade, a reciclabilidade e a sustentabilidade”, explica a pesquisadora do Laboratório de Corrosão e Proteção do IPT, Zehbour Panossian. “Esse programa ficou sob a responsabilidade do IPT pelo reconhecimento dos idealizadores do OTIC da capacidade da instituição no desenvolvimento e caracterização de materiais. O Instituto possui atualmente uma infraestrutura e corpo técnico inquestionáveis para o desafio de desenvolver materiais sustentáveis: a Unidade de Materiais Avançados, juntamente com a Unidade de Bionanomanufatura, já desenvolveram vários projetos conjuntos de grande impacto – patenteados, testados e aprovados – para o setor de O&G”.
Sobre a Shell
Há mais de 110 anos no país, a Shell é uma empresa de energia integrada com participação em Upstream, no Novo Mercado de Gás Natural, Trading, Pesquisa & Desenvolvimento e no Desenvolvimento de Energias Renováveis, com um negócio de comercialização no mercado livre e produtos ambientais, a Shell Energy Brasil. Aqui, a distribuição de combustíveis é gerenciada pela joint-venture Raízen, que recentemente adquiriu também o negócio de lubrificantes da Shell Brasil. A companhia trabalha para atender à crescente demanda por energia de forma econômica, ambiental e socialmente responsável, avaliando tendências e cenários para responder ao desafio do futuro de energia. A Shell é hoje a companhia privada que mais investe na inovação do setor no país, de acordo com ranking da ANP. Anualmente, são investidos aproximadamente R$ 500 milhões em PD&I, sendo 70% da verba destinada a projetos voltados para a descarbonização e a eficiência da indústria offshore, com recursos provenientes da cláusula de PD&I da ANP.
Sobre a USP
Criada em 1934, USP é uma universidade pública, mantida pelo Estado de São Paulo e ligada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação. O talento e dedicação dos docentes, alunos e funcionários têm sido reconhecidos por diferentes rankings mundiais, criados para medir a qualidade das universidades a partir de diversos critérios, principalmente os relacionados à produtividade científica.
Esse desempenho, gerado ao longo de mais de oito décadas de uma intensa busca pela excelência, permite à USP integrar um seleto grupo de instituições de padrão mundial. Sua graduação é formada por 183 cursos, dedicados a todas as áreas do conhecimento, distribuídos em 42 unidades de ensino e pesquisa, com mais de 58 mil alunos. A pós-graduação é composta por 239 programas, com cerca de 30 mil matriculados. Atualmente, a USP é responsável por mais de 20% da produção científica brasileira.
Sobre o IPT
O IPT, Instituto de Pesquisas Tecnológicas, cria e aplica soluções tecnológicas para setores da economia, governos e sociedade em apoio à superação de desafios. Vinculado ao Governo do Estado de São Paulo, colabora para o desenvolvimento nacional desde 1899. Com infraestrutura laboratorial de ponta e equipes multidisciplinares altamente capacitadas, atua em quatro grandes áreas: pesquisa, desenvolvimento & inovação; serviços tecnológicos; serviços metrológicos; e educação em tecnologia. Realiza ensaios, análises, calibrações e certificações; monitoramento, inspeção e consultoria para resolução de problemas; e desenvolve produtos e processos. Moderno e interdisciplinar conta com programas de inovação aberta e de aceleração tecnológica atendendo desde startups a grandes corporações, apoiando seu negócio com o mapeamento de linhas de fomento e conectando seus desafios com ICTs e universidades.
Sobre a Fapesp
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo é uma das principais agências de fomento à pesquisa científica e tecnológica do país. Com autonomia garantida por lei, a FAPESP está ligada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo. Com um orçamento anual correspondente a 1% do total da receita tributária do Estado, a FAPESP apoia a pesquisa e financia a investigação, o intercâmbio e a divulgação da ciência e da tecnologia produzida em São Paulo.