A revenda do Rio Grande do Sul, a exemplo dos moradores, vem sofrendo com as enchentes que inundaram a capital e diversas cidades da região metropolitana e do interior. Em entrevista à Petrus, o presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Rio Grande do Sul (Sulpetro), João Carlos Dal´Aqua, contou um pouco do que tem sido o dia-a-dia dos donos de postos.
O Sindicato vem mantendo contato diariamente com o Ministério de Minas e Energia (MME) e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), na busca de soluções pelo menos para amenizar a situação. “Os pleitos estão sendo atendidos de alguma maneira. A ANP flexibilizou alguns pontos e isso ajudou.”
Ontem (6/05) o diretor-geral da ANP, Rodolfo Saboia, anunciou que não foi detectada falta generalizada de combustíveis nas áreas afetadas pela chuva. Segundo a ANP a maior dificuldade está na chegada de etanol e biodiesel, cuja logística depende de caminhões. Em função disto, a Agência decidiu flexibilizar o cumprimento da mistura obrigatória dos biocombustíveis nos derivados de petróleo. A gasolina vendida no país tem 27% de etanol. O biodiesel representa 14% da mistura de diesel vendida nos postos. Normalmente, o descumprimento dessas misturas pode levar a sanções do órgão regulador.
Saboia afirmou que a agência tem analisado caso a caso e já autorizou algumas empresas a venderem gasolina e diesel com menor teor de biocombustíveis. A gasolina poderá ser vendida com até 21% de etanol e o diesel, com até 2% de biodiesel, dependendo das condições de abastecimento de cada região. A ANP também autorizou empresas a cederem capacidade em tanques de armazenamento de combustíveis sem necessidade de homologação prévia.
João Carlos reforça que não há falta de produtos, embora reconheça que a situação está muito difícil. “O etanol é transportado de outros estados por via ferroviária, estamos com uma dificuldade monstruosa, pois as ferrovias estão paradas. A situação do óleo diesel é semelhante à da gasolina. Há produto nas bases, mas há dificuldades para chegar aos postos.”
Outro problema enfrentado pela revenda foram os saques que ocorreram nas lojas de conveniência e nos escritórios dos postos. “Esse é outro lado da questão. Ainda temos que esperar a água baixar para saber como está o combustível. Essa revenda vai precisar de apoio das Distribuidoras, com certeza, para poder se reerguer.”
Finalizando ele conclui que a situação é fluida e a prioridade atual é garantir a chegada do produto e salvar vidas. “Ainda não é possível saber quantos postos foram afetados e quando eles poderão retomar as operações normalmente.”