Suhana Sidik, nova líder da PETRONAS no Brasil, discutiu com pesquisadores os projetos que estão sendo executados em parceria com a empresa e visitou as instalações do laboratório financiado pela PETRONAS.
A executiva malaia Suhana Sidik, líder da PETRONAS Petróleo Brasil Ltda. (PPBL) desde janeiro de 2024, considerou que há uma convergência de interesses entre as pesquisas que estão sendo realizadas no Centro de Estudos de Energia e Petróleo (CEPETRO) da Unicamp e as operações da empresa. Na parceria com a PPBL, o CEPETRO desenvolve três projetos: um que utiliza modelos de simulação, machine learning e inteligência artificial para otimizar o gerenciamento de reservatórios; outro que avalia o comportamento do dióxido de carbono (CO2) nas rochas do pré-sal; e um terceiro em garantia de escoamento, que visa mitigar situações ocorridas em transiente nas tubulações de produção de petróleo.
“Estamos realmente empenhados nesses projetos, e não se trata apenas de apoiar pesquisas, mas sim de torná-los projetos reais”, disse Suhana Sidik durante sua visita ao CEPETRO, no início de abril (4), em Campinas (SP).
Segundo a executiva, a PETRONAS, que completa cinco décadas de existência em agosto deste ano, produz cerca de 2,6 milhões de barris por dia de petróleo globalmente, com 70% de sua produção concentrada na Malásia. Lá existem muitos campos maduros, similares aos existentes no Brasil; então, pesquisas relacionadas com esse tipo de cenário nos interessam muito”, disse.
“As tecnologias de Captura e Armazenamento de Carbono [CCS] têm sido nosso foco. Acreditamos na transição energética, por meio da descarbonização de nossas operações, entre outras soluções”, disse. Ela destacou o projeto do campo Kasawari, que será o maior do mundo em CCS e deverá entrar em operação em 2026, quando ocorrerá a primeira injeção de CO2 em reservatórios depletados: “Iremos injetar 3,3 milhões de toneladas métricas por ano de CO2”.
Segundo ela, as caraterísticas desse reservatório são comuns, especialmente no Sudeste Asiático. “Hoje, à medida que entramos no país, vemos que essas características também estão presentes em alguns campos no Brasil, que têm alto teor de CO2.”
O prof. Marcelo Souza de Castro, diretor do CEPETRO, ressaltou que, além do aumento e eficiência da produtividade, a descarbonização da produção de petróleo é uma grande preocupação para o CEPETRO. Ele citou exemplos, como o trabalho do Centro de Inovação em Produção de Energia (EPIC), que tem entre seus objetivos diminuir as emissões de carbono na exploração, e um software que é capaz de calcular as emissões em cada etapa da produção.
Em sua apresentação, ele destacou que dos R$ 200 milhões de novos projetos assinados em 2023, cerca de 30% estão relacionados a tecnologias focadas na transição energética. “A expectativa é que, em 2024, 50% do nosso orçamento seja destinado a energias renováveis, como energia solar, eólica, células a combustível, novos materiais e CCUS”, afirmou.
Na visita ao CEPETRO, foram feitas apresentações dos seguintes projetos: “Gestão de reservatórios com visão de curto prazo baseada em dados e modelos de simulação”; “Implicações geoquímicas de injeções alternadas de CO2 e água salgada em reservatórios carbonáticos: mudanças nas propriedades mineralógicas e petrofísicas, tubulações e instalações industriais”, e “Estudo experimental e modelagem fenomenológica de escoamentos trifásicos gás-líquido nas tubulações em processos transientes de parada e partida”.
Participaram da reunião os coordenadores e os diversos pesquisadores envolvidos nos projetos, entre eles: o prof. Denis Schiozer e o pesquisador Luís Carlos Oliveira Pires (simulação de reservatórios); os profs. Alfredo Borges e Ricardo Borba (geoquímica); além do diretor do CEPETRO (elevação artificial e garantia de escoamento).
Da PPBL, estiveram presentes também Jonas Castro, Head de Pesquisa & Desenvolvimento; Michelle Araujo, Head de Sustentabilidade; e Mônica Rodrigues, Head de Comunicação Estratégica. Para encerrar a visita, eles conheceram o local onde está sendo construído o complexo do projeto Multiflow, patrocinado pela PPBL, além do Laboratório de Injeção de CO2.